'Percebe-se logo de início aquela população da Várzea, descrita como "vivendo em uma promiscuidade nojosa, composta de negros vagabundos, de negras edemaciadas pela embriaguez habitual, de uma mestiçagem viciosa", quase sempre aparece carregando trouxas, cestos, tabuleiros e balaios; lavando roupas; tratando de cavalos; conduzindo carroças; ou talvez esperando carregar mercadorias em frente dos mercados.
Pela descrição de Washington Luís, esses trabalhadores e suas ocupações eram desconsiderados pois, aparentemente, para o prefeito, todos os que frequentavam ou residiam na Várzea eram julgados como "preguiçosos" e tendentes a uma natural imoralidade, criminalidade e às doenças contagiosas. Há o intento claro de relacionar pobreza ao crime e taxar certas regiões como os celeiros naturais das "classes perigosas", misturando os que se tentava marginalizar com a marginalidade'.
SANTOS, Carlos José Ferreira dos . "Nem Tudo era Italiano: São Paulo e Pobreza (1890-1915)”. São Paulo: Annablume, 1998. p. 97.
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